Na próxima quarta-feira, inicia-se no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio +20 (por marcar os vinte anos da realização da Rio-92). O objetivo da realização da conferência é definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas, através da renovação do compromisso político assumido na Rio-92 e por meio da avaliação dos avanços e das falhas na implementação das decisões tomadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e da discussão de novo temas.
Os dois principais temas da Conferência são:
- A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza;
- A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.
Outros eventos paralelos e independentes também ocorrem na cidade durante esta semana, como é o caso do TEDxRio+20, que teve início no dia de hoje no Forte de Copacabana. Esta é a segunda edição do TEDxRio, que reúne pensamentos de diversas áreas para entender e analisar a influência do poder humano no planeta. A ideia por trás do evento é propor uma reflexão diferenciada sobre o desenvolvimento sustentável, através de manifestações de educação não-formal.
Segundo o próprio site do evento: "O TEDxRio+20 abre novas janelas de conhecimento, driblando a síndrome do pensamento único, ao compartilhar visões e discussões complementares à Conferência de Desenvolvimento Sustentável Rio+20, servindo de plataforma de conexão e, quem sabe, de início para um movimento de transformação social. Alguém duvida do poder que isso tem?".
Opinião
Apesar de a legislação ambiental brasileira ser uma das mais modernas do mundo, ainda há muito a ser feito em relação a este assunto. Por isso, iniciativas como a realização da Rio +20 e do TEDxRio+20 em nosso país é tão importante, levando em conta que estes painéis e ciclos de palestras suscitam discussões que, muito provavelmente, não ocorreriam.
Passados vinte anos desde a realização da Rio-92 (ou "Cúpula da Terra", como também ficou conhecida a Conferência daquele ano), muita coisa mudou no Brasil e no mundo. Nós assumimos uma posição de liderança em relação aos países emergentes, o país cresceu, a economia se desenvolveu. Tanta mudanças demandam alterações na legislação ambiental, para adequar o novo patamar de desenvolvimento alcançado com as questões relativas ao meio ambiente e sua preservação. É impossível continuar pensando somente no benefício do homem, deixando de lado o meio em que vivemos.
Ponto principal das discussões, o desenvolvimento sustentável (termo que foi 'definido' durante a Eco-92) é o futuro das relações homem x natureza. Falar em sustentabilidade é muito mais do que falar em preservação ambiental. Ser sustentável é buscar o desenvolvimento através de mecanismos que não afetem a natureza e promovam, além da preservação desta, a recuperação daquilo que já foi degradado. Esse pensamento baseia-se na ideia de que com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia o seu tempo de vida, a economia não se desenvolve e, sendo assim, o futuro fica insustentável. Já passou da hora de nós, humanos, começarmos a nos preocupar um pouco mais com nosso planeta, pois já é possível detectar os efeitos de nossa ação degradadora e desenfreada. Porém, infelizmente, a maioria esmagadora da população, só abrirá seus olhos para o problema no momento em que essas consequências de nossa irresponsabilidade as afetarem diretamente.
Atualmente, ocorreu no Brasil uma acontecimento que fere esta ideia do 'ser sustentável': a aprovação, com alguns vetos, do novo Código Florestal Brasileiro. O novo conjunto de leis prevê, dentre outras medidas, a anistia aos desmatadores e a redução da área de preservação da Amazônia, batendo de frente com a Lei dos Crimes Ambientais.
A Rio+20 é um novo suspiro de esperança para os ambientalistas e cidadãos comuns preocupados com o planeta. Espera-se que os Chefes de Estado tenham noção da responsabilidade que está depositada em suas mãos e tomem decisões que guiarão o pensamento eco-desenvolvimentista das próximas décadas. Ao mesmo tempo, cria-se um espaço para a participação ativa da população, seja através de protestos e manifestações públicas ou da movimentação de ONGs e painelistas, na batalha pela Terra. A natureza clama nossa piedade.
Informe-se:
Acompanhe os eventos pela internet:
http://www.tedxrio20.com/



